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Negócios sustentáveis são exemplo na cidade que mais desmata na Amazônia Legal

Relatório da Secretaria do Meio Ambiente do Amazonas revela ranking de desmatamento e incêndios

O Comitê do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Amazonas (PPCDQ/AM) da Secretaria de Meio Ambiente do estado divulgou um relatório em sua décima reunião, em 28 de julho, revelando o cenário de desmatamento e queimadas na Amazônia Legal de janeiro a julho de 2022. A cidade de Apuí aparece em primeiro lugar em ambos os rankings do estado, mas também apresenta alternativas para combater essa prática.


No primeiro semestre deste ano, a cidade de Apuí teve um desmatamento de 341,38 km², o maior do período e equivalente a cerca de 41 mil campos de futebol. O segundo lugar ficou com Lábrea, também do Amazonas, com 304,52 km². Das dez cidades com mais desmatamento, quatro são do Amazonas.


Apesar de estar em primeiro lugar, a cidade também apresenta saídas para mudar esse panorama através de iniciativas sustentáveis, como por exemplo o primeiro café agroflorestal sustentável da Amazônia brasileira, o Café Apuí Agroflorestal, da parceria Idesam e a empresa Amazônia Agroflorestal.


A cadeia produtiva da bebida é sustentável porque o café depende do crescimento da floresta e suas espécies nativas para sobreviver, já que elas são responsáveis pelo enriquecimento do solo, proteção contra ventos e, sobretudo, pelo sombreamento dos pés de café robusta, que precisam dessas condições para crescer em maior quantidade e qualidade. Dessa forma, a produção de café, em parceria com a agricultura familiar local, incentiva a proteção da floresta amazônica.

Além disso, a empresa está começando a implementar um projeto de Pagamento por Serviços Ambientais, no qual as famílias produtoras parceiras são remuneradas, além da produção de café, por proteger a floresta nativa da sua propriedade.


“Dessa forma, além de pagar pelo café produzido com um preço acima de mercado, remuneramos as famílias agricultoras também pelo seu caráter de guardiãs da floresta. O cenário revelado pelo relatório apenas reafirma nossa importante missão de trabalhar com a produção de um café sustentável nessa região, investindo na agricultura familiar e na proteção da floresta. Essa bioeconomia pode ser uma alternativa fundamental para o futuro da Amazônia." afirma a diretora executiva da Amazônia Agrofloresta, Sarah Sampaio.


Ao analisar os alertas de desmatamento a cada mês, o relatório da secretaria do estado também mostra que houve um grande aumento em dois aspectos. Quando se compara o desenvolvimento de desmatamento ao longo do semestre, nota-se que de janeiro para junho houve uma forte tendência de alta. Em janeiro foram 44 alertas, enquanto que em junho foram 400. Um aumento de mais de 900%. Quando se comparam os mesmos meses de 2022 e 2021, também vê-se um aumento em todos os meses do primeiro semestre, com exceção de maio.


Ao demonstrar o número de focos de queimadas na Amazônia Legal no período de 01 de janeiro a 24 de julho, o Amazonas vai para quinto lugar com 808 focos de incêndio e em primeiro lugar fica o estado do Mato Grosso com 8080 focos. Quando se analisa apenas o estado do Amazonas, Apuí fica em primeiro lugar no número de focos de incêndio, com 114 dos 808, cerca de 14% do total. Ou seja, a cada 100 incêndios no Amazonas, 14 são em Apuí.


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